- Ano: 2015
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Fotografias:Parham Taghioff, Hossein Barazandeh
Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa é considerada um conceito inseparável da antiga cultura e civilização iraniana; conectada com a natureza, proporcionando frescor e vivacidade aos seus residentes. Em outras palavras, a casa em seu conceito antigo é a combinação do edifício e do jardim que estabeleceria o homem em seus interiores. Um espaço humano envolvendo todos os detalhes da natureza, como o canto dos pássaros, o barulho da água, as folhas das árvores ao vento, a cor dourada dos raios de sol na estrutura de tijolos e o reflexo do edifício envolvido pela natureza na superfície de uma piscina.
Dentro da mudança no estilo de vida das pessoas, o desenvolvimento das cidades e a crescente demanda de construir edifícios em altura, esse valiosa tradição de nossos ancestrais em comprometer a arquitetura com a natureza ficou obsoleto, e já configura apenas uma memória longínqua em menos de um século.
Este projeto é o resultado de nossos esforços em revitalizar esta tradição perdida e dar uma nova interpretação ao antigo conceito. Nós acreditamos que uma das principais razões da crise cultural em nossa sociedade está relacionada com esta mudança abrupta no espaço do morar.
A fachada da rua é dinâmica, e pode ser modificada pelos moradores do apartamento. Esta fachada com camadas duplas tenta se comunicar com a cidade através de uma camada de vidro transparente e outra camada em madeira, esta última móvel e pode ser controlada manualmente de acordo com as necessidades do usuário de luz, privacidade e vista. Na fachada frente ao jardim, as floreiras modulares compõem o balaústre da varanda.
O projeto está em um terreno de 20 x 50 m, mas a largura de 30 metros da porção norte da implantação representava os limites para construção do apartamento, dividindo a conexão do pátio ao sul com a rua. Com este regulamento urbano que desconectava o pátio da rua, o desafio era reconectar esta parcela com uma boa solução.
Acabamos por elevar os jardins do nível da rua para a fachada norte, para a cobertura, e para a fachada sul para então reencontrar o pátio ajardinado, formando o paisagismo que conecta as fachadas, cobertura e jardins.
Uma abordagem pragmática em relação à natureza e sustentabilidade
- Materiais locais e reciclados do edifício existente: dormentes de madeira e tijolos reaproveitados foram reutilizados em pisos e paredes do jardim.
- materiais utilizados: madeira, tijolos, placas metálicas e pedras são considerados materiais não danosos à natureza e são provenientes de fontes locais.
- Utilização de energia solar para fornecer a energia necessária para iluminação dos espaços comuns. A energia é coletada pelos painéis solares posicionados na cobertura, armazenados em uma bateria e utilizados quando necessário.
- a fachada de camada dupla: evita a troca de calor entre interior e exterior. A camada mais externa é composta de madeira para o controle da luz natural, enquanto a camada mais interna é composta de janelas vidros duplos.
- foco na ideia de integração do paisagismo com a casa, distribuindo jardins nas varandas em cada pavimento.
- Após recentes enchentes em Teerã, adotamos aqui um sistema de captação de água recolher a água da chuva do telhado; que será utilizada para a irrigação após filtração.